O Paradoxo da Inteligência Artificial: Criando Vieses Preconceituosos
Para falarmos de vieses preconceituosos precisamos entender o que vem acontecendo no mundo da Inteligência Artificial.
Racismo Reverso
Na última semana, o Google foi acusado de racismo reverso. Já ouviu falar disso? Sabe o que é racismo reverso?
“Racismo reverso” é um termo frequentemente utilizado para descrever situações em que pessoas pertencentes a grupos étnicos minoritários exibem preconceito ou discriminação contra membros do grupo étnico majoritário, tradicionalmente associado a privilégios e poder na sociedade. O conceito de “racismo reverso” implica que o racismo é uma via de mão única, na qual apenas indivíduos de grupos étnicos majoritários podem ser responsáveis por atitudes ou ações racistas.
No entanto, muitos acadêmicos e ativistas argumentam que o termo “racismo reverso” é problemático e impreciso. Eles apontam que o racismo é definido não apenas pelo preconceito individual, mas também pelo poder institucional e estrutural que sustenta e perpetua a opressão de determinados grupos étnicos. Nesse sentido, argumenta-se que pessoas pertencentes a grupos étnicos minoritários podem, de fato, expressar preconceito ou discriminação, mas isso não constitui racismo no mesmo sentido que a discriminação exercida por indivíduos ou instituições com poder e privilégio sistêmico.
Portanto, o conceito de “racismo reverso” é frequentemente questionado e debatido, com muitos argumentando que ele desvia a atenção do verdadeiro problema do racismo estrutural e sistêmico enfrentado por grupos étnicos historicamente marginalizados. Em vez de focar em noções de “racismo reverso”, muitos ativistas e acadêmicos enfatizam a importância de reconhecer e abordar as disparidades de poder e privilégio que perpetuam a injustiça racial em várias sociedades.
O Ser Humano e a Inteligência Artificial
Nos últimos anos, temos testemunhado avanços extraordinários no campo da inteligência artificial (IA). No entanto, à medida que a IA se torna cada vez mais integrada à nossa sociedade, uma sombra de preocupação começa a se formar sobre o horizonte. Esta preocupação não é tanto sobre a capacidade da IA em si, mas sobre como nós, como criadores e mantenedores dessa tecnologia, estamos inadvertidamente transmitindo nossos próprios vieses e preconceitos para dentro dela.
É um paradoxo intrigante – enquanto almejamos alcançar uma inteligência artificial neutra e imparcial, muitas vezes estamos inconscientemente alimentando-a com nossas próprias visões de mundo, que podem ser permeadas por preconceitos arraigados. Como isso acontece?
Primeiramente, precisamos entender que a inteligência artificial aprende a partir de dados. Se alimentarmos a IA com conjuntos de dados que refletem desequilíbrios sociais, injustiças históricas e estereótipos culturais, é natural que ela absorva e reproduza esses padrões em suas análises e decisões. E aqui reside uma das maiores armadilhas: somos nós, seres humanos, os responsáveis por fornecer esses conjuntos de dados.
Em segundo lugar, nossas próprias concepções pessoais e a bolha da qual fazemos parte podem estar influenciando inadvertidamente o treinamento e o desenvolvimento da IA. Se não formos cuidadosos em garantir uma representação diversificada de perspectivas e experiências durante o processo de desenvolvimento da IA, corremos o risco de perpetuar e até amplificar vieses já existentes.
Por exemplo, se uma equipe de desenvolvedores predominantemente homogênea, em termos de raça, etnia, gênero e orientação sexual, estiver encarregada de treinar uma IA, é provável que ela adquira uma visão limitada do mundo, refletindo apenas as experiências e opiniões desse grupo específico. Isso pode resultar em sistemas discriminatórios e injustos, que perpetuam o preconceito e a exclusão em vez de mitigá-los.
Então, onde isso nos deixa? É imperativo reconhecer e enfrentar esse paradoxo. Devemos assumir a responsabilidade de garantir que a IA seja treinada com dados diversificados e representativos, provenientes de uma ampla gama de fontes e perspectivas. Além disso, precisamos promover uma cultura de conscientização e inclusão dentro das equipes de desenvolvimento de IA, garantindo que diferentes vozes sejam ouvidas e consideradas durante todo o processo.
Somente assim poderemos verdadeiramente aproveitar o potencial transformador da inteligência artificial, construindo sistemas que não apenas sejam inteligentes, mas também justos, éticos e inclusivos. O futuro da IA depende da nossa capacidade de reconhecer e superar os vieses que inadvertidamente transmitimos a ela.
Como disse o Miguel Nicolelis, IA não tem nada de inteligente.
Caro Luciano, texto excelente. Linguagem corretíssima e accessível ao leigo, evitando termos técnicos próprios de profissionais da comunicação.
Há um trecho que, em minha opinião, resume sua abordagem sobre esse tema, ainda controvertido, que suscita muitas considerações:
“É um paradoxo intrigante – enquanto almejamos alcançar uma inteligência artificial neutra e imparcial, muitas vezes estamos inconscientemente alimentando-a com nossas próprias visões de mundo, que podem ser permeadas por preconceitos arraigados. Como isso acontece?”
Talvez, esse trecho possa ser usado como chamada, colocado na “orelha” da publicação, para despertar o interesse do público.
Quanto à editora, a que eu publicava meus livros foi fechada. Hoje estou direcionando meus livros para as livrarias Saraiva e Travessa, em texto virtual. Na Saraiva, já publiquei o romance “A Última Chance” cujo fio condutor é a recuperação de um homem que, devido à arrogância e prepotência, levou à falência a empresa construída pelo pai.
Luciano, publicar o texto em livro de papel basta que procure uma gráfica. As editoras também preparam o livro impresso, mas você terá que pagar pelo trabalho da gráfica e dificilmente a editora irá distribuir para as livrarias. Até hoje não consegui.
Assim, optei pelo livro virtual. Talvez, a depender da aceitação do público, alguma editora tenha interesse em investir na publicação do livro.
Uma sugestão: faça uma revista sobre tecnologia da informação. Você tem colocado vários textos sobre informática, mas suas aulas ficam esparsas e se perdem no cipoal das redes sociais. Sugiro que reúna cada diferente assunto em um mesmo número da revista e número cada uma, assim ficaria mais fácil de o interessado adquirir a revista que interessa.
Você poderia cobrar pela venda de cada número da revista.
Eu estou preparando minha revista de literatura, onde apresento ensaios sobre alguns autores famosos, tais como: Shakespeare, Albert Camus, Ernest Hemingway, Kafka e outros. Estou escrevendo sobre outros e pretendo colocar, em texto virtual, nas livrarias, Saraiva, Travessa e Leitura. Convém usar o tamanho A5 na régua do Word.
Pretendo cobrar apenas R$ 15,00 cada número. Já tenho dez números prontos, vou fazer uma revisão e depois enviar para as livrarias.
Vá em frente e publique seus textos.
Espero ter contribuído para você divulgar seus textos.
Um grande abraço.
Augusto Granja.
Correção. número, corrigir para numere.